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Educar para transformar

Educação Integral: qual a importância para o desenvolvimento da criança?

Apenas uma educação conteudista não é capaz de promover um desenvolvimento de qualidade. Saiba mais sobre a educação integral!

25/11/2021 | POR Colégio Santo Agostinho

LEITURA: 5 MIN.

Com o objetivo de ajudar os jovens estudantes a se preparem adequadamente para um mundo onde múltiplas habilidades serão demandadas, a educação integral vem ganhando adeptos ao longo dos anos no Brasil e no mundo.

Por trabalhar com dimensões diversas na formação humana, além da intelectual, a educação integral tem revolucionado o processo de ensino-aprendizagem.

Neste artigo, falaremos mais sobre o que é a educação integral, quais são seus fundamentos básicos, em que ela se diferencia da educação em tempo integral e como ela pode beneficiar o aprendizado e formação do seu filho.

Boa leitura!

Qual o conceito de Educação Integral?

A educação integral é um termo que foi utilizado pela primeira vez nos anos 30 e é definido atualmente como o ensino que trabalha para o desenvolvimento de crianças e adolescentes de forma completa e interligada.

Assim, a diferença entre a modalidade integral e o ensino tradicional, por exemplo, reside na forma como o próprio processo de aprendizagem é concebido e quais resultados ele deseja colher.

Isso porque o modelo tradicional acaba por priorizar apenas a transmissão do conteúdo acadêmico, centrando-se no desenvolvimento intelectual do estudante. Já a educação integral ocupa-se do desenvolvimento do aluno em todas as suas dimensões: física, afetiva, cognitiva, socioemocional e ética.

Portanto, podemos observar que a educação integral busca aprimorar e preparar crianças e jovens para as diversas práticas sociais pelas quais eles passam ou vão passar ao longo da vida.

Além disso, ao considerar o perfil do aluno contemporâneo, é possível perceber um amadurecimento de processos que têm caído em desuso nos modelos mais modernos de ensino-aprendizagem.

Dessa forma, a estrutura pedagógica de uma escola que adota esse modelo de educação considera primeiramente o contexto, interesses e capacidade do estudante, individualmente, e organiza o currículo de modo a contemplar outros valores e práticas agregados aos conteúdos de cada fase da jornada escolar, promovendo uma formação verdadeiramente integral.

Com isso, a escola consegue formar futuros adultos conscientes de seus direitos e deveres, com mais empatia pelo outro, responsáveis e conscientes das questões sociais e ambientais, bem como capazes de ter autonomia e serem protagonistas em processos decisórios importantes na sua vida pessoal e profissional.

Princípios da Educação Integral 

O conceito de educação integral baseia-se em quatro princípios que fundamentam a prática da educação: a centralidade no estudante, a aprendizagem permanente, a perspectiva inclusiva e a gestão democrática.

1- Centralidade no estudante  

Esse fundamento reforça a ideia de ter o estudante no centro do processo de aprendizagem. Assim, o planejamento pedagógico da escola deve considerar as principais necessidades daquele indivíduo e como a instituição pode contribuir para o seu desenvolvimento pleno, em todas as dimensões anteriormente mencionadas.

2- Aprendizagem permanente  

A educação integral também se pauta no princípio da aprendizagem permanente, uma vez que sua concepção está vinculada a uma ideia de ensino significativo. Ou seja, aquilo que fará sentido e terá aplicabilidade fora do ambiente escolar.

Assim, a aprendizagem permanente garante que o aprendizado escolar supere a dimensão intelectual e contemple também outros saberes necessários para a vida em uma sociedade.

3- Perspectiva inclusiva  

Uma educação que se proponha a ser integral não deve descartar a perspectiva inclusiva, no sentido de reconhecer e acolher as singularidades e diversidades das crianças e jovens da nossa sociedade. 

Consequentemente, para promover uma educação verdadeiramente inclusiva, deve-se garantir práticas e atividades que reforcem o valor da inclusão social, do respeito às diferenças físicas, étnicas, raciais e religiosas, por exemplo.

4- Gestão democrática 

Nesse quesito, a educação integral considera também o envolvimento da comunidade escolar como um todo: pais, alunos, professores, funcionários, além do corpo pedagógico, na tomada de decisão dentro da escola, principalmente no que concerne à gestão dos projetos. Com isso, é possível realizar uma educação que atenda melhor às demandas e necessidades do aluno, a partir de diferentes perspectivas.

Educação Integral x Educação em tempo integral: existe diferença?

Os termos são semelhantes, mas a definição de cada um é bem diferente. Como vimos anteriormente, a concepção de educação integral está vinculada a um modelo de ensino que considera a formação do aluno em dimensões que vão além do desenvolvimento intelectual.

Já a educação em tempo integral é aquela que se constitui de dois tempos escolares (regular e contraturno) com abordagens pedagógicas distintas.

Assim, a metodologia em tempo integral resume-se ao período em que o aluno permanece na escola. Já o modelo educacional, por sua vez, ocupa-se da forma como o aluno vai aprender e o que ele vai aprender.

É possível encontrar escolas oferecendo aulas também em dois turnos, mas não é regra. Para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o conceito de educação integral independe da duração da jornada escolar.

Segundo a BNCC, uma instituição que ofereça esse modelo deve estar comprometida com a construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes, bem como com os desafios da sociedade contemporânea.

Nesse sentido, a escola pode e deve usar espaços que ultrapassem o ambiente da sala de aula com o objetivo de promover experiências diversas que permitam ao aluno desenvolver múltiplas competências e habilidades.

Quais são as vantagens da Educação Integral para a criança e para o jovem?

Ao entender o que é a educação integral e como ela se diferencia da educação em tempo integral, cabe destacar ainda as vantagens que esse modelo educacional pode proporcionar ao aluno e sua formação.

Assim, podemos mencionar ainda:

#1 Melhora do desempenho do aluno em sala

Já que a metodologia prioriza as demandas do aluno, esse modelo de ensino promove um interesse maior dos estudantes pelos projetos e atividades propostas.

Dessa forma, uma vez que as atividades estejam alinhadas com aquilo que desperta o interesse do estudante, ele estará mais engajado na realização delas e, por consequência, tenderá a ter uma melhoria em seus resultados.

#2 Utilização do tempo ocioso

Mesmo que não opere em tempo integral, a escola que atua sob o conceito da educação integral também proporciona um uso mais proveitoso do tempo ocioso que o aluno tem fora da escola.

Isso porque, à medida que são encaminhadas atividades para que o aluno também pratique fora da escola, de forma virtual ou não, ele se mantém ocupado positivamente com atividades que estimulem o seu crescimento físico, psicológico e social.

#3 Atividades de lazer, esportes e cultura

Como o objetivo é trabalhar múltiplas habilidades e esferas do campo social, físico e cognitivo, as atividades de lazer que estimulem a prática esportiva, o contato e conhecimento da cultura local e global são também inerentes ao programa da educação integral.

Atividades que podem ser realizadas tanto no ambiente escolar como fora dele, em excursões, passeios pela cidade, visita a parques, museus, galerias, o que também estimula a sociabilidade do estudante, bem como o contato com a comunidade em que o estudante habita. 

#4 Desenvolvimento da autonomia

Por trabalhar com atividades individuais e em pares que promovem o desenvolvimento da autonomia do estudante, a educação integral promove a independência e a autossuficiência do estudante em seu próprio aprendizado.

Por meio do incentivo e da convivência e sociabilidade entre os estudantes, esses podem trocar experiências e saberes em um processo coletivo de construção do conhecimento. Esse processo coletivo, em associação ao repertório individual de cada um, possibilitará o desenvolvimento de um nível de criticidade maior sobre o que os cerca para tomadas de decisões baseadas nos conhecimentos adquiridos.

Educação Integral e BNCC: qual a relação?

A BNCC, enquanto documento que rege a educação básica e estabelece diretrizes para a formação curricular no âmbito nacional, manifesta seu compromisso com a educação integral.

O documento reconhece que esse modelo de ensino deve estar presente em toda a educação básica, desde a educação infantil, passando pelo ensino fundamental até o ensino médio, visando à formação e ao desenvolvimento global dos alunos.

Dessa forma, a BNCC compreende que tal construção não pode se dar de forma linear e limitadora, atendo-se apenas à dimensão intelectual do desenvolvimento humano.

Pelo contrário, para a Base é preciso que haja não somente a visão singular, mas também plural e integral da criança e do adolescente, oferecendo uma educação que seja capaz de dialogar com sua realidade e atender às demandas sociais do meio em que vive.

Portanto, reitera que a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades, além de considerar as diferentes infâncias e juventudes, a diversidade cultural e, principalmente, o potencial que cada jovem tem de construir novas formas de existir.

Então, gostou do artigo? Aproveite e baixe o nosso Kit Aprendizagem Criativa e descubra como estimular criatividade das suas crianças e adolescentes. 

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