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Habilidades cognitivas: o que são e como desenvolvê-las?

As habilidades cognitivas são pontos-chave no processo de ensino-aprendizado. Saiba quais são e como desenvolvê-las.

20/10/2020 | POR Colégio Santo Agostinho

LEITURA: 5 MIN.
Renato Daniel

Colaborou com este post:
Renato Daniel
Supervisor Pedagógico do Ensino Médio - Colégio Santo Agostinho Belo Horizonte - Unidade Santo Agostinho

“Meu filho está estudando mais de seis horas por dia e ainda está com dificuldade na aprendizagem”. Questionamentos como esse são comuns na vida de muitos pais, que acompanham a rotina de estudo dos filhos. Para esta realidade, e outras mais, a resposta pode estar diretamente ligada às habilidades cognitivas.

Embora elas estejam ligadas diretamente no desenvolvimento das pessoas como seres humanos, é na escola que a criança e adolescente conseguem estar em um ambiente propício para o desenvolvimento delas.

Por isso, neste conteúdo, buscaremos explicar o que são essas habilidades cognitivas, como desenvolvê-las e como os pais podem atuar diretamente no amadurecimento dessas competências. Confira!


O que são “habilidades cognitivas”?

“Faculdades mentais”, esse é um conceito encontrado por Renato Daniel, professor do Colégio Santo Agostinho – Unidade Belo Horizonte, para explicar o que são as habilidades cognitivas.

Segundo ele, essas faculdades mentais nos permitem processar o mundo à nossa volta e dar resposta aos estímulos externos. Além disso, Renato busca ressaltar que essas habilidades precisam ser desenvolvidas e trabalhadas desde criança. Pois, apesar de uma estrutura fisiológica, elas são potencializadas por um processo de aprendizagem.

“São várias as habilidades cognitivas e podemos elencar que as principais são: a coordenação motora, adaptabilidade, psicomotricidade, memória, percepção, foco, atenção, compreensão e linguagem”, elenca.

Dessa forma, podemos concluir que essas habilidades cognitivas estão ligadas diretamente ao desenvolvimento do indivíduo enquanto um sujeito que se relaciona consigo, com o mundo e com o outro. Por isso, elas podem e devem ser estimuladas e ensinadas já na educação infantil, por meio de atividades lúdicas, por exemplo.

E as competências cognitivas?

Quando dizemos que uma pessoa é competente no que faz, ainda é comum a ideia de que ela nasceu com esse “dom”. No entanto, não é bem assim.

O foco das habilidades cognitivas é desenvolver competências nas pessoas, por meio de treinamento, formação e crescimento pessoal.

“Quando falamos de competências e habilidades cognitivas, é importante entender a inteligência não é única, mas múltipla: musical, verbal, existencial, lógico-matemática, linguística, interpessoal e espacial e que todos esses campos são desenvolvidos ao longo da vida, de diferentes maneiras”, pontua o professor.

Assim, um dos papéis da escola, é proporcionar um ambiente em que seja possível desenvolver todas essas competências no estudante.

Qual é o papel da escola no desenvolvimento cognitivo?

Como mencionado anteriormente, por ser um ambiente de estímulo à aprendizagem, a escola tem papel importante no desenvolvimento das habilidades cognitivas.

Por isso, Renato explica que existem maneiras diferentes de desenvolver a aprendizagem de cada estudante:

O primeiro é o pessoal, ou seja, cada sujeito tem o seu tempo e maneira diferente de aprender. Dessa forma, na mesma sala de aula, podemos ter aquele aluno que aprende melhor ouvindo a professora enquanto outro, precisará ler o conteúdo, quando chegar em casa, para consolidar o aprendizado.

A outra forma de desenvolver a aprendizagem é por meio de estímulos levados de fora. E por isso, Renato ressalta que o papel da escola é fornecer um ambiente que possa desenvolver as inteligências múltiplas, desde a entrada na instituição até a sala de aula.

“Para além do ensino da “inteligência lógico-matemática”, o papel da escola é trabalhar as inteligências múltiplas como a noção de espaço, relações interpessoais e assimilação de valores por meio das habilidades cognitivas, para que assim, o estudante consiga alcançar as competências necessárias”, explica.

Outro ponto-chave no papel da escola no desenvolvimento cognitivo é trabalhar a metacognição. No início deste conteúdo apresentamos uma dor comum nos pais e também nos estudantes, que é quando o estudante passa horas e horas diante da matéria e ainda tem dificuldade em absorver o conhecimento, podendo gerar até o que chamamos de esgotamento emocional.

Por isso, o papel da escola é trabalhar, em parceria com o jovem, na descoberta desse aprendendo a aprender. Dessa forma, se torna possível descobrir que a aprendizagem entre pares (o estudante discutir com o colega sobre o tema proposto), por exemplo, pode ser muito mais eficaz do que estudar sozinho.

E como os pais podem ajudar os filhos a desenvolverem as habilidades cognitivas?

Lembrando que cada um possui o seu tempo, é possível trabalhar e desenvolver as habilidades cognitivas nas pessoas, desde quando ainda são bebês. Alguns exemplos deles, e que podem ser iniciada pelos pais são:

Leitura

A neuroplasticidade é ponto-chave quando falamos em habilidades cognitivas. Isso porque ela se refere à capacidade do sistema nervoso em adaptar-se em nível estrutural e funcional diante de novas experiências.

Por isso, a leitura é extremamente importante no desenvolvimento das habilidades cognitivas. Tanto quando alguém está lendo para a criança, quando o estudante já consegue trabalhar a sua própria capacidade de ler.

Assim, ter na casa um ambiente de leitura, instigando-a a fazer inferências a partir do que foi lido e deixar que a criança responda uma pergunta simples sobre o conteúdo, evitando que o pai dê a resposta, são algumas das formas que os responsáveis podem ajudar a estimular habilidades cognitivas, como memória, criatividade, percepção e atenção.

Jogos

Renato ressalta a grande importância que os jogos têm no desenvolvimento de habilidades motoras, de foco e percepção para o desenvolvimento das crianças, tanto os jogos de tabuleiro quanto aqueles online. Ele explica que não se trata de deixar a criança horas e horas brincando no videogame, por exemplo, mas sim de estar junto a ela, monitorando e, se possível, jogando em alguns momentos com ela, para que isso tenha um objetivo e propósito.

A gamificação da aprendizagem, por exemplo, é um grande exemplo dentre as metodologias ativas que podem ser aplicadas no processo de ensino-aprendizagem.

Esportes

Outro aspecto que pode ser colocado debaixo do guarda-chuva dos pais é a possibilidade de usar o esporte como espaço para desenvolver várias habilidades cognitivas, como coordenação motora, psicomotricidade, percepção, adaptação, foco e atenção.

Assim, quanto mais cedo e mais oportunidades a criança tiver, melhor para o desenvolvimento das suas competências cognitivas como um todo.

Atividades lúdicas

As atividades lúdicas são uma forma de se comunicar com a criança, para que ela compreenda e perceba o mundo ao seu redor. Isso acontece por meio de desenhos, música, teatro e dança, por exemplo.

Dessa forma, a criatividade, percepção, memória e foco são algumas das habilidades trabalhadas.

Habilidades e competências cognitivas na educação

Em Grande Sertão: Veredas, escrito por Guimarães Rosa (1908-1967), o personagem Riobaldo Tatarana nos lembra : “As pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando”. E assim é a lógica das competências e habilidades cognitivas.

A forma como as trabalha e são apresentadas influenciam em toda a perspectiva de vida das pessoas, mesmo quando crianças. Dessa forma, é preciso criar um ambiente que seja propício para o desenvolvimento de todas elas, como a escola.

“O estudante ter a compreensão das suas habilidades, como ele as aprende e as desenvolve é extremamente importante. É preciso fazer com que os nossos estudantes possam se perceber no mundo e consigam dar respostas qualificadas para o que é cobrado deles”, conclui Renato Daniel.

Assim, é preciso lembrar que toda habilidade é fruto de um esforço e de um desenvolvimento que começou lá trás e passou por várias etapas de aprendizagem!

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