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Como preparar seu filho

Uso de telas na infância e smartphones na escola: uma discussão essencial

As tecnologias mudaram a maneira como o mundo moderno funciona, atingindo até mesmo a vida das crianças. Os pequenos passaram […]

10/03/2023 | POR Colégio Santo Agostinho

LEITURA: 6 MIN.
Nathália Dornelas Barbosa

Colaborou com este post:
Nathália Dornelas Barbosa
Professora Fundamental I

As tecnologias mudaram a maneira como o mundo moderno funciona, atingindo até mesmo a vida das crianças. Os pequenos passaram a adotar o uso de telas na infância de forma precoce, e, apesar de muitos defenderem os seus objetivos, a prática tem o seu lado negativo para o aprendizado.

Quando se trata de crianças e tecnologias, a palavra-chave é moderação. Muito tempo na tela pode ser prejudicial, mas uma quantidade moderada e direcionada pode também ser benéfica.

Pensando nisso, este artigo trata do uso de telas na infância, além de também abordar a questão do uso excessivo da tecnologia pelas crianças e como aproveitar seus avanços tecnológicos para auxiliar na educação. Boa leitura!

Telas na infância: entenda os riscos do excesso

O uso de telas na infância por um longo período, como smartphones, tablets e televisões, assistindo ao YouTube por exemplo, pode contribuir para o desenvolvimento de condições que afetam a saúde e qualidade de vida das crianças.

Alguns exemplos das consequências são:

  • sedentarismo;
  • obesidade;
  • pressão arterial elevada;
  • problemas de saúde mental;
  • atrasos cognitivos;
  • menor desempenho acadêmico;
  • conflitos sociais e familiares;
  • interações familiares reduzidas;
  • exposição a conteúdos inadequados.

Além disso, o excessivo uso de tela na infância pode fazer com que as crianças tenham problemas crescentes relacionados a doenças cardiovasculares e metabólicas, bem como atrasos em suas habilidades motoras e de linguagem

As alterações nos processos cognitivos de crianças e adolescentes decorrem das dependências digitais e interações que passam a ocorrer no mundo online. As dificuldades de sustentar a atenção e a concentração são as consequências mais marcantes.

Os estímulos que uma criança recebe tem um efeito enorme em seu progresso, por se tratar de uma fase de maior desenvolvimento do sistema nervoso central. E, atualmente, as crianças têm passado muito tempo online, o que as sobrecarrega em estímulos visuais e falta em estímulos motores, por exemplo.

As preocupações surgem quando seus responsáveis não monitoram o uso excessivo de tela de seus filhos e não intervêm quando necessário. Isso pode fazer com que uma criança se torne dependente da tecnologia. 

A maioria dos documentos brasileiros afirma que crianças de 0 a 6 anos precisam de vínculos afetivos saudáveis, amplo espaço para se movimentar livremente, brinquedos e materiais didáticos e outros aspectos de seu ambiente.

Fica claro que o uso de telas na infância e até adolescência pode prejudicar o desenvolvimento tanto da criança quanto do adolescente. 

Isso ocorre porque essas duas fases específicas na vida de uma pessoa estão associadas ao aumento das conexões cerebrais, desenvolvimento da aprendizagem e de aspectos socioafetivos.

Dependendo do comportamento e rotinas diárias, nossas escolhas tecnológicas podem ter um impacto significativo no desenvolvimento de nosso cérebro.

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Tecnologia como suporte ao ensino

A tecnologia pode ser um ótimo suporte para o ensino. Ela pode auxiliar os professores a criar aulas envolventes e mais interativas, gerenciar seus recursos e acompanhar o progresso de seus alunos. 

Quando usada de forma eficaz, a tecnologia pode fazer uma diferença real no ensino e no aprendizado dos alunos. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a tecnologia pode apoiar seu ensino:

Criar aulas envolventes e interativas

O uso de telas e smartphones pode servir para criar planos de aula, atividades e avaliações dinâmicas e envolventes. O conceito de gamificação, que é um termo adaptado do inglês – gamification -,define o emprego de técnicas comuns aos games em situações de não jogo e funciona alimentando o sistema de recompensa do cérebro, favorecendo o engajamento e a motivação dos estudantes.

Além disso, usar ferramentas de tecnologia e metodologias ativas para fornecer conteúdo de maneiras novas e empolgantes. Por exemplo, usar vídeos, podcasts e outros recursos online para complementar palestras e envolver ativamente os alunos no aprendizado.

Gerenciar os recursos

Com a tecnologia, é possível acessar e compartilhar facilmente recursos de ensino com outros professores ou estudantes, bem como acompanhar o desempenho e engajamento em tarefas escolares. 

Também há a possibilidade de criar portfólios digitais de trabalhos dos alunos ou armazenar documentos de aula online. Isso pode economizar tempo e papel, tornando a educação mais sustentável e efetiva.

Ajudar a acompanhar e medir o progresso dos alunos

Há muitas ferramentas excelentes disponíveis que permitem acompanhar o progresso dos alunos e identificar áreas em que eles precisam de apoio extra. 

As plataformas online permitem acompanhar a realização de tarefas e resultados, apontando lacunas e pontos fortes. Essas informações permitem o desenvolvimento de revisões e indicam para os professores quais habilidades devem ser retomadas.

A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para apoiar o ensino e a aprendizagem. Ela pode fornecer conteúdo envolvente e interativo, conectar os alunos a recursos especializados e permitir o ensino individualizado. 

Quando aplicados de forma eficaz, a tecnologia e o uso de telas na infância e na escola podem ajudar os educadores a diferenciar o ensino para atender às necessidades de todos os alunos. 

Uso saudável de telas e seu estímulo ao aprendizado

O desenvolvimento do sistema nervoso —  e, por extensão, do cérebro — ocorre durante toda a vida de uma pessoa. As mudanças no corpo incluem alterações físicas, como a mielinização dos neurônios, o surgimento de novas conexões e a eliminação de conexões não necessárias (poda sináptica).

Aos 24 meses, esse período de maturação é considerado o auge do aprendizado. Isso inclui mudanças no desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e nas habilidades motoras. 

A Associação Brasileira de Pediatria sugere limites para o uso de telas, seja televisão, tablets ou smartphones:

  • menores de 2 anos: não devem ser expostos a telas;
  • 2 aos 5 anos: limite de 1 hora por dia, com supervisão;
  • 6 a 10 anos: de 1 a 2 horas ao dia, com supervisão; 
  • 11 a 18 anos: de 2 a 3 horas por dia.

No entanto, alguns estudos, como do Jornal de Pediatria, Commom Sense Media e Read Aloud Survey Report, indicam que as crianças passam mais tempo nas telas do que a média recomendada. 

Em contrapartida, esses mesmos estudos também mostram que as crianças passam mais tempo em conteúdo educacional. O que pode ser positivo, se for bem utilizado. Daí a importância de uma boa educação digital, que deve ser orientada e monitorada.

Isso se dá porque as vantagens da tecnologia na sala de aula são inegáveis. Ao incorporá-las ao currículo, os professores podem proporcionar uma experiência de aprendizado mais envolvente e interativa para seus alunos. 

Inclusive, a tecnologia e o uso de telas e smartphones podem ser ferramentas para apoiar alunos com dificuldades de aprendizagem e ajudá-los a alcançar o sucesso na sala de aula.

Quando os pais usam telas com responsabilidade perto dos filhos, isso pode ser um bom exemplo de hábitos saudáveis de consumo de mídia.

Viu como o uso de telas na infância pode ser saudável e positivo, quando monitorado e restrito?

Utilização de smartphones na escola

Também é possível que o uso de telas de forma lúdica contribua para a educação e o desenvolvimento de uma criança.

O ponto central está na forma como os dispositivos tecnológicos são usados e qual a sua finalidade. Há pesquisas substanciais que apoiam o uso de aplicativos educacionais para o aprendizado de novas palavras, leitura e alfabetização.

Na verdade, as descobertas indicaram que crianças de 4 a 6 anos podem transferir seus conhecimentos por meio da interação com a tela sensível ao toque. Isso mostra uma correlação positiva entre aprender e ensinar por meio de aplicativos educacionais. 

Quando as crianças podem interagir com jogos educativos, tocar na tela, conversar e usar o smartphone ou tablet como um instrumento da brincadeira, cria-se uma associação positiva ao uso da tecnologia que pode contribuir para a aprendizagem.

Contudo, alguns fatores são essenciais para que o uso de tecnologias e mídias interativas seja saudável:

  • tempo de uso dentro dos limites;
  • conteúdos estritamente educativos;
  • uso de atividades interativas;
  • uso voltado para o aprendizado e diversão;
  • a presença constante de um adulto mediador.

É imprescindível a presença de um adulto para compartilhar com a criança a experiência do uso da tecnologia e, dessa forma, mediar a interação, auxiliar na interpretação, diálogo e ajudar a estimular a linguagem.

Muitos propósitos educacionais podem ser alcançados por meio do uso de mídia interativa, como atividades de robótica ou raciocínio lógico. Mas sob hipótese nenhuma ela deve ser usada apenas para deixar a criança “quieta”. 

Esse processo de uso de tablets e smartphones nas instituições de ensino recebe o nome de mobile learning, que é a possibilidade de melhorar a educação por meio de dispositivos móveis. Atualmente, é referido como m-learning

Existe uma possibilidade real de expandir a sala de aula fora das limitações físicas com o m-learning. Esse é um sistema versátil que permite que as pessoas interajam umas com as outras, acessem lições e temas em qualquer lugar, mesmo quando estão fora do ambiente escolar.

As tecnologias móveis facilitam o gerenciamento da comunicação entre famílias e escolas, melhorando as ferramentas educacionais que podem usar. Isso ocorre porque permite que as pessoas expandam suas opções de aprendizado.

Como o aprendizado agora é onipresente e conectado, a abordagem tradicional de ensino precisa ser substituída por um método mais aberto e tecnológico, aderindo de forma criativa e pedagógica ao uso de telas e smartphones

Com o auxílio de ferramentas móveis, os estudantes podem acessar conteúdos independentemente de horário ou local. Isso permite uma comunicação contínua ao longo do dia que não requer intervalos de tempo definidos.

As telas estão por toda parte. Elas estão em nossas casas, nossos locais de trabalho e nossos bolsos. E nossas crianças não estão imunes a isso.

Embora possam ser uma fonte tanto de distração quanto de ansiedade, quando usadas com atenção, o uso de telas na infância também pode ser uma ferramenta poderosa para o aprendizado, como você viu ao longo deste texto.

Encontrar um equilíbrio entre o tempo de tela e outras atividades é o grande segredo!

Certifique-se de que seu filho ainda esteja se exercitando bastante, passando tempo ao ar livre, interagindo com familiares e amigos pessoalmente e participando de outras atividades importantes para seu desenvolvimento.

O Colégio Santo Agostinho atua de forma responsável com as crianças e adolescentes, utilizando tecnologia com nossos alunos de forma moderada, equilibrada e inteligente. Seja bem-vindo a um novo tempo da educação, conheça nossa proposta pedagógica e fale conosco!

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