Escola XXI
Robótica na escola: além dos kits e da tecnologia
A robótica na escola vai muito além de apenas construir robôs. Saiba mais!
20/04/2023 | POR Colégio Santo Agostinho
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DÉBORA LANA Diretora da DHEL – Escola de Criação, Prototipagem, Programação e Robótica, parceira do Colégio Santo Agostinho |
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SÉRGIO LANA Diretor da DHEL – Escola de Criação, Prototipagem, Programação e Robótica, parceira do Colégio Santo Agostinho |
A robótica na escola começou a fazer parte das instituições de ensino há cerca de uma década, no momento em que se tornou necessário aprofundar o aprendizado das linguagens tecnológicas.
Embora muitos pensem que ela trate apenas dos bits e bytes, das linhas de código ou dos braços mecânicos, a introdução da robótica na educação busca desenvolver uma formação bem mais ampla. Habilidades socioemocionais, pensamento crítico, espírito de equipe, colaboração e criatividade são apenas algumas das outras habilidades desenvolvidas que preparam os estudantes para enfrentar problemas da vida real e prototipar soluções na prática.
Por isso, atualmente, a robótica educacional tem conseguido ajudar crianças e jovens a refinar os campos do saber em prol de uma aprendizagem integral, que converse com as diversas áreas do conhecimento.
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O que é a robótica educacional?
Primeiramente, é importante ressaltar que a robótica na escola trabalha sim com a construção de artefatos tecnológicos, como robôs e com a elaboração de programas em computadores – os chamados softwares. Mas isso é apenas a consequência de tudo que está por trás das atividades.
Isso porque o seu ensino vai além dos kits e do aprendizado das tecnologias. Para entender mais, Sérgio e Débora Lana, fundadores da Robótica DHEL, escola de criação, prototipagem e robótica, parceira do Colégio Santo Agostinho, esclarecem detalhes dessa formação.
“Para ajudar o estudante a desenvolver estratégias de solução, primeiramente lançamos mão de uma metodologia de aprendizado baseada em projetos, juntamente com o intercâmbio de ideias e interesses elencados pelos próprios alunos”, explica Sérgio.
O Project Based Learning (PBL) ou aprendizado baseado em projetos citado acima é uma metodologia onde os estudantes aprendem e desenvolvem suas habilidades estudando e pesquisando soluções, de forma interdisciplinar, para uma questão, problema ou desafio real.
De acordo com um levantamento realizado pela organização do World Economic Forum, que trata dos novos modelos de educação para o futuro, algumas das principais habilidades que os estudantes precisarão desenvolver para os próximos anos são relacionadas ao universo digital, incluindo programação, responsabilidade digital e o uso de tecnologia em si.
Pilares da robótica na escola
Design
Esse pilar vai além do desenho ou da estética. O design de um robô contempla o seu projeto como um todo, desde a concepção e criação até o desenvolvimento, especificação, prototipagem e testes. Isso é feito com metodologias que exigem o planejamento das etapas de produção com foco nas pessoas e no problema a ser resolvido.
Lógica de programação (Coding)
Por meio dos conceitos e ferramentas de programação aprendidos, o aluno consegue desenvolver os aplicativos e programas para automação dos robôs. “É aqui que ele começa a ter contato com as tecnologias que são uma realidade no mundo afora e que estão entrando na escola”, esclarece Débora.
STEAM X
Do inglês Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics, essa abordagem da educação reúne conceitos de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, aqui acrescidos da letra X ao acrônimo original para incluir o fator humano, com o objetivo de promover a busca pelo conhecimento de forma integrada, criando um ambiente que seja propício para que o estudante possa desenvolver tanto as competências técnicas quanto seus valores.
“O mesmo kit de robótica – materiais e plataforma utilizados para construir e automatizar um robô – pode ser usado para discutir como as civilizações da antiguidade extraíam água do subsolo ou então como melhorar a questão da sinalização e semáforos das cidades”, exemplifica Sérgio.
Cultura maker
Termo comum na jornada do estudante 4.0, a ideia por trás da cultura maker é a de “faça você mesmo”. Ela incentiva as pessoas a fabricarem (construir, reparar ou alterar) seus próprios objetos ou dispositivos, qualquer que seja o seu tipo ou função, de forma colaborativa, numa grande rede de transmissão de conhecimento.
Por que estudar robótica na escola?
O programa de ensino e aprendizagem de um curso de robótica educacional deve ser elaborado seguindo os parâmetros da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), mas também de acordo com a necessidade da escola e interesse dos alunos, estimulando o estudo interdisciplinar com abordagem de resolução de problemas e projetos específicos.
Benefícios da robótica educacional
O ensino das linguagens tecnológicas permite que crianças e jovens desenvolvam habilidades fundamentais do século XXI, como:
Raciocínio lógico
Trabalhar o raciocínio lógico é indispensável para o estudante desenvolver a sua capacidade analítica, de resolver problemas e, no futuro, tomar decisões importantes.
Dessa forma, o estudante aprende não só a olhar para o objetivo, mas a enxergar seu desafio como um todo, buscando as várias possibilidades de solução.
Na prática isso acontece porque a lógica de programação não funciona com uma única “ordem” para o computador. É necessário uma sequência de comandos, numa certa ordem, realizados da maneira correta, para que o computador consiga interpretar e executar aquilo que se deseja.
Criatividade
O estudante aprende que não existe apenas uma solução para um determinado problema. São infinitas as possibilidades de resolução. Assim, em um mesmo exercício realizado por dez alunos é possível encontrar dez soluções diferentes.
“Quando você utiliza um kit com as peças e o manual para montar algum objeto, você aprende a construir e programar aquilo que está predeterminado e pronto, a atividade tem o fim em si mesmo. Mas se, a partir desses mesmos materiais, é preciso dar origem a uma outra solução, dentro do contexto de um problema qualquer, aí a coisa muda de figura, pois só temos as peças e é preciso injetar a criatividade e todos os outros conhecimentos e aprendizados compartilhados entre os estudantes”, ressalta Débora.
O estímulo à criatividade da criança e do adolescente faz da robótica na escola um grande diferencial no desenvolvimento do estudante.
Espírito de equipe
Quando falamos do ensino das linguagens tecnológicas na escola, como a robótica, não podemos descolar o aprendizado do trabalho em equipe.
A todo momento os estudantes estão colaborando uns com os outros, realizando atividades em grupo, tomando decisões em conjunto e construindo um verdadeiro espírito de equipe.
Esse valor certamente será refletido quando o estudante entrar no mercado de trabalho do futuro, onde a colaboração passa a ser uma competência essencial.
Preparação para a resolução de problemas
Estudantes introduzidos na robótica educacional são apresentados com frequência a diferentes problemas, de diversas complexidades e em diferentes contextos.
Isso permite que consigam desenvolver a resiliência e a capacidade de se adaptarem às constantes mudanças do mundo.
Foco interdisciplinar
A lógica de aprendizado da robótica contribui para a absorção do conteúdo de diversas disciplinas, como Geografia, História, Química e até a Língua Portuguesa. Dessa forma, o aluno consegue melhorar a compreensão de vários assuntos e também o seu desempenho escolar de forma geral.
“Quando o estudante entra para a sala de robótica, ele não entra apenas para ter aula de robótica. Ali, ele vai aprender a usar a tecnologia como uma ferramenta, a fim de desenvolver um projeto que perpassa por outras áreas de conhecimento já reconhecidas pelo currículo da escola”, ressalta Débora Lana.
Robótica na escola: além dos kits e da tecnologia
Em um mundo complexo e incerto como o que vivemos hoje, aprender na escola, desde cedo, os conceitos e ferramentas da robótica e demais linguagens tecnológicas é uma oportunidade única de formação para o estudante do século XXI.
No entanto, esse ensino precisa ir além do convencional. Isso porque não basta apenas realizar exercícios pré determinados e repetitivos com os alunos. Para que eles possam ter uma formação integral é fundamental considerar seus interesses, incorporar as demais áreas do conhecimento e estimular as habilidades socioemocionais na resolução de problemas.
“A robótica na escola é uma disciplina de ajudar a ver o mundo. Compreender como as diversas tecnologias que nos rodeiam funcionam, interagem e como desenvolver e gerenciar projetos com a mão na massa. A linguagem tecnológica é um meio para se contar qualquer história”, finaliza Sérgio.
Então, este artigo ajudou você a compreender como funciona o ensino da robótica na escola e toda a sua importância? Compartilhe com seus amigos e familiares ou deixe seu comentário. Aproveite para assinar a nossa newsletter e receber novidades diretamente em seu e-mail. Até breve! 🙂