Escola XXI
Empreendedorismo na escola: impactos no desenvolvimento dos estudantes
Entenda como a abordagem do empreendedorismo na escola pode empoderar jovens e alavancar a construção de um futuro melhor.
27/04/2021 | POR Colégio Santo Agostinho
Colaborou com este post:
Natália Oliveira
Professora de Empreendedorismo do Colégio Santo Agostinho - Belo Horizonte
A professora entra na sala virtual, organiza seus materiais e anotações e inicia a aula relembrando alguns combinados do último encontro e explicando como seria a dinâmica daquele momento. Ela então pede aos estudantes que se apresentem e contem alguma vez em que tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência empreendedora.
Agora, antes de continuar a leitura deste artigo, que tal assistir ao vídeo do Bernardo Gásparo, aluno da 2ª Série do Colégio Santo Agostinho – Unidade Belo Horizonte, com um desses depoimentos. Aperte o play e confira!
Então, em resumo e de maneira prática, o que o Bernardo fez foi criar uma forma de resolver o problema de alguém e melhorar a realidade ao redor dele a partir de uma iniciativa própria e inovadora. E é exatamente sobre isso que vamos falar neste artigo: como a abordagem do empreendedorismo na escola pode empoderar nossos jovens e alavancar a construção de um futuro melhor para eles.
Embora ainda tenha o seu significado muito atrelado à criação de novos negócios e empresas, na verdade, o conceito de empreendedorismo permite que ele seja empregado em várias frentes, ajudando a criar soluções para a sociedade, resolvendo desde os problemas mais simples até os mais complexos.
Continue lendo e compreenda do que se trata, a importância, os benefícios e como os pais podem ajudar seus filhos a terem uma educação também empreendedora.
Do que se trata o empreendedorismo na escola?
Quando falamos em empreender, é preciso relacionar isso à capacidade de identificar e solucionar dificuldades e problemas por meio de iniciativas inovadoras.
Ou seja, estamos falando de projetos que podem extrapolar o mundo dos negócios e serem aplicados na vida real, seja ela acadêmica, pessoal ou, claro, profissional.
Para Natália Oliveira, professora da disciplina de Empreendedorismo e Novas Tecnologias no Colégio Santo Agostinho – Unidade Belo Horizonte, o mercado de trabalho atual exige, cada vez mais, profissionais com múltiplas habilidades e, entre elas, a capacidade empreendedora se destaca.
“O mercado de trabalho 4.0 requer profissionais que sejam proativos e saibam solucionar problemas, defender ideias, manter-se resilientes e lidar com tempo e recursos escassos. Todas essas são habilidades empreendedoras que, em sua essência, vão muito além do saber técnico. São habilidades comportamentais cada vez mais valorizadas tanto em processos seletivos como dentro das rotinas corporativas, seja o profissional um funcionário da empresa ou dono do próprio negócio. A boa notícia é que essas habilidades podem e devem ser aprendidas, sendo o nosso papel como educadores estimular que cada aluno se desenvolva nesse sentido”, esclarece Natália.
Por que o empreendedorismo nas escolas é tão importante?
Primeiramente, é importante ressaltar o que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem a dizer sobre o ensino do empreendedorismo na escola para o Ensino Médio, por exemplo. No documento, destaca-se que a disciplina deve:
“proporcionar uma cultura favorável ao desenvolvimento de atitudes, capacidades e valores que promovam o empreendedorismo (criatividade, inovação, organização, planejamento, responsabilidade, liderança, colaboração, visão de futuro, assunção de riscos, resiliência e curiosidade científica, entre outros), entendido como competência essencial ao desenvolvimento pessoal, à cidadania ativa, à inclusão social e à empregabilidade”.
Além dessa normatização, podemos destacar também uma mudança na realidade da nossa sociedade: atualmente 50,4% dos líderes de algum negócio no Brasil possuem entre 18 e 34 anos, segundo uma pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM).
Ou seja, as escolas que oferecem conteúdos sobre empreendedorismo, seja na forma de uma disciplina e/ou projetos, estão, na verdade, possibilitando ao estudante a oportunidade de uma formação de excelência, alinhada com o futuro do mercado profissional.
Muitas das características presentes em um estudante 4.0 também são comuns em jovens empreendedores, tais como:
- Familiaridade com tecnologia e novas metodologias;
- Conexão dos aprendizados adquiridos dentro da sala de aula para a vida pessoal e profissional;
- Criatividade;
- Autonomia.
Benefícios desenvolvidos nos estudantes que têm contato com o empreendedorismo na escola
Segundo Natália, instituições que adotam a prática do empreendedorismo na escola precisam partir de dois aspectos: o autoconhecimento e o propósito.
“Fomentamos em nossos alunos a busca pelo autoconhecimento, instigando-os a refletir: quem eu sou? Quais são meus pontos fortes e fracos? Qual é o meu propósito? Qual o valor que eu quero gerar para o mundo? A partir de uma imersão em si mesmo, deseja-se possibilitar ao estudante uma visão de projeto de vida que seja mais coerente com quem ele realmente é. Evidenciamos, então, o empreendedorismo como uma das alternativas para tornar esse projeto real. Ainda que o aluno não deseje ser empreendedor, ele poderá aplicar os princípios do empreendedorismo em sua trajetória”, ressalta a professora.
Assim, podemos destacar dentre os vários benefícios do ensino do empreendedorismo na escola:
- Promover o autoconhecimento;
- Melhorar a análise e resolução de problemas;
- Desenvolver maior proatividade;
- Ensinar a se planejar e se organizar;
- Melhorar a oratória;
- Engajar para o trabalho em equipe;
- Construir um verdadeiro espírito de liderança.
Além dos benefícios relacionados ao desenvolvimento do estudante como líder, as práticas do empreendedorismo na escola também refletem-se nas atividades estudantis enquanto os jovens ainda estão na escola, como ressalta Natália Oliveira:
“Existe uma correlação entre um bom desempenho no Ensino Médio e a habilidade de o estudante coordenar, planejar e executar tarefas. Pensando nisso, são discutidas na minha disciplina boas práticas de organização estudantil, bem como são apresentadas ferramentas que podem auxiliar nesse processo, trazendo o conceito de empreendedorismo para a realidade de agora do estudante”, pontua.
Como os pais podem engajar seus filhos em uma educação empreendedora também em casa?
Ciente de que os benefícios do empreendedorismo na escola vão além dos comumente associados, caso você seja o responsável por algum jovem estudante, pode ser que tenha o interesse em ajudá-lo a desenvolver-se nesses quesitos.
“Pais que anseiam encorajar seus filhos a desenvolver habilidades empreendedoras podem fazê-lo por meio do estímulo à participação dos jovens em projetos de sua comunidade, seja em uma ONG, igreja ou outro projeto com o qual o aluno se identifique e possa exercitar sua empatia, comunicação e liderança. As famílias também podem, dentro de casa, conversar com os filhos sobre planejamento financeiro, incentivá-los a criar metas e promover uma convivência baseada em atividades colaborativas“, conclui.
Aprendendo a empreender
Desenvolver novas habilidades nos estudantes e aprimorar aquelas já existentes são duas das principais tarefas da escola. Neste artigo, falamos da importância de aprender a empreender como forma de ajudar o jovem a crescer e começar a construir seu futuro.
Isso porque o empreendedorismo na escola, seja ele em formato de projeto ou disciplina, ajuda os jovens a se conhecerem melhor, bem como planejar melhor o futuro deles, tornando-os verdadeiros protagonistas de suas próprias histórias.
Compartilhe com outros pais e mães e vamos juntos cocriar uma educação cada vez mais empreendedora para nossos jovens. Aproveite e baixe agora o nosso e-book de atividades extracurriculares e descubra como elas contribuem para uma educação verdadeiramente integral. Até o próximo artigo! 🙂
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