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Colégio Santo Agostinho

Educar para transformar

É hora de focar na inteligência emocional na educação dos filhos

Conhecer e controlar as emoções é fundamental para o desenvolvimento de crianças e jovens responsáveis, maduras e autônomas.

13/04/2020 | POR COLÉGIO SANTO AGOSTINHO

LEITURA: 5 MIN.
DAYSE DUTRA

Colaborou com este post:
DAYSE DUTRA
Coordenadora de Assistência Social da SIC - Sociedade Inteligência e Coração

 

 

Estamos vivendo em um período de isolamento social, por conta do coronavírus e, neste período, tem sido comum lidarmos com emoções em casa que, até então, não eram comuns. Se sua família puder e estiver seguindo as orientações do Ministério da Saúde, é provável que, neste momento, seus filhos estejam em casa, junto com você, o que pode estar acarretando uma série de mudanças em sua rotina. Você está cuidando da inteligência emocional sua e dos seus filhos?

Quarentena, afastamento social, mudança de hábitos, sobrecarga emocional… todos esses sintomas podem estar afetando o seu emocional e consequentemente o desenvolvimento da inteligência emocional na educação dos filhos. Assim, se você quiser saber um pouco mais sobre esse fenômeno e como você pode tentar controlar, confira neste artigo.

O que é inteligência emocional?

Inteligência emocional é um conceito criado pelo americano Daniel Goleman. Segundo ele, esse termo se refere às aptidões necessárias para trabalhar o conjunto de emoções que nós, pessoas, temos.

Como conta Dayse Araújo Dutra, coordenadora de Assistência Social da Sociedade Inteligência e Coração (SIC), mantenedora do Colégio Santo Agostinho e Obras Sociais Agostinianas, a inteligência emocional abrange vários campos, mas um dos principais pilares é “conhecer as emoções”. “É  ter empatia, trabalhar a automotivação, saber se conhecer emocionalmente, mas também com todas as relações sociais. A inteligência emocional na educação dos filhos está diretamente ligada aos quatro pilares do desenvolvimento humano: aprender a ser, a conviver, a fazer e a conhecer – citando o texto de Jacques Delors, da Unesco.”

Uma maneira simples de entender é relacionar Quociente Emocional (QE) com o famoso Quociente de Inteligência (QI). 

Nos Testes de QI, as pessoas são submetidas a perguntas que vão revelar o quão capaz elas são em desenvolver assuntos que envolvam lógica, chamada comumente de inteligência.

Dessa forma, no Teste de QE, a pessoa será avaliada para saber o quão capaz ela é de lidar com as emoções na base do autocontrole e da autoconsciência, sem atrapalhar o cotidiano dela.

Desenvolvendo a inteligência emocional 

Crianças com um bom controle emocional tendem a ser menos agressivas, estudiosas, sociáveis e costumam estar mais preparadas a lidar com problemas sociais. 

Quando os pais investem na educação dos filhos, esperam que eles sejam capazes de enfrentar os problemas que lhes serão impostos ao longo da vida. No entanto, não é somente isso que deve ser trabalhado.

Para cuidar da inteligência emocional na educação dos filhos é importante que os pais não ignorem as emoções, tanto deles próprios quanto dos pequenos.

Assim, uma parte importante do processo de desenvolver essa inteligência é reconhecer as emoções, sem repreendê-las, desrespeitá-las ou ignorá-las.

É fundamental que os pais compreendam que esse processo de desenvolvimento da inteligência emocional na educação dos filhos vai ajudar as crianças e jovens a controlarem os impulsos. Motivarem-se e aprenderem a lidar com os altos e baixos da vida.

Dessa forma, para ajudar os filhos nesse aprendizado das emoções, é importante:

  • escutar e compreender as emoções da criança com empatia;
  • usar os momentos de conversa sobre as emoções como um momento de repassar a sua experiência;
  • ajudar a entender os sentimentos, nomeando-os;
  • ajudar a resolver os problemas da criança e não deixá-la de lado, sempre considerando certa dose de autonomia.

Qual o impacto da inteligência emocional na educação dos filhos

Como explicado anteriormente, é muito importante que os pais trabalhem a inteligência emocional na educação dos filhos. Isso porque crianças que foram estimuladas a lidar com os seus próprios sentimentos têm mais chances de se tornarem pessoas que sabem lidar com momentos de raiva, angústia e medo, que surgem com mais intensidade em um momento de quarentena como este em que estamos vivendo. 

Controlando essas emoções, é possível compreender, por exemplo, que o amor, o bem comum e a convivência cotidiana de maneira ética podem nos dar mais força para seguir em frente.

Dessa maneira, além de ajudar na construção emocional e social do seu filho, ao praticar diariamente a inteligência emocional na educação dos filhos, pais terão mais chances de construírem laços em um relacionamento mais íntimo e de confiança com os filhos.

“A função das famílias é focar no cuidado afetivo, no amor e na proteção. Enquanto instituição social, a família deve acolher seus membros de uma forma afetiva e que possa contribuir para a aprendizagem da colaboração e dos valores e atitudes sociais baseados na solidariedade. Assim, estamos tendo a chance de vivenciar o aprendizado da vida em família, o convívio, a conversa, a troca de experiências, a partilha de momentos difíceis, os conflitos e também momentos de descontração”, pontua Dayse.

A seguir, confira comportamentos comuns entre os pais e que costumam prejudicar o desenvolvimento da inteligência emocional em seus filhos:

Colocar condições ao amor fraternal

Frases como “eu não gosto quando você se veste assim” ou “você agindo assim eu fico triste” pode causar, na mente da criança, uma situação de amor condicional. Ou seja, a criança, ela acredita que só será amada se fizer determinadas coisas.

Reprimir sentimentos

Todo mundo já viu aquela criança chorar ou ficar triste, não é mesmo? Embora o instinto natural seja de dizer a ela que aquilo é feio, e para se comportar de outra forma, você estará dificultando que o seu filho aprenda a lidar com os sentimentos dele.

Uma consequência mais grave, pode ser, inclusive, a criança deixar de confiar nos pais, pois ela não se sentirá confortável para se abrir a respeito dos sentimentos.

Medo de perder os filhos

Muitos pais regem o relacionamento com os filhos, infelizmente, na base do medo. O mais comum dos medos é o de perder os filhos. P0r isso, muitos acabam fazendo de tudo para que as crianças os amem, mas esse tudo, geralmente, envolve bens físicos.

Esse relacionamento, que é comumente chamado de “mimar”, acaba desvirtuando o modo como as crianças enxergam um relacionamento, tanto amoroso quanto familiar.

Como construir habilidades emocionais

Em meio à pandemia do coronavírus, é normal as crianças começarem a sentir-se carentes e/ou ansiosas. Dessa forma, para evitar que esse período atrapalhe o desenvolvimento da inteligência emocional na educação dos filhos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma cartilha de como construir habilidades emocionais nesse período, confira:

Rotinas

Construir uma rotina de aprendizado é essencial para a criança. Por isso, liste atividades que trabalhem o aprendizado escolar e emocional, encorajando o seu filho a socializar-se com as pessoas, mesmo estando dentro de casa (fundamental neste momento).

Esclareça dúvidas

As conversas com os seus filhos sobre o período de afastamento social serão fundamentais. Por isso, ouça as dúvidas deles e as esclareça, de acordo com o conteúdo indicado à idade deles.

Comunicação

O confinamento pode causar na criança sentimentos como medo e estresse. Por isso, é importante estimular as crianças a se comunicarem, seja por meio da fala ou de desenhos.

“Na pedagogia e na vivência dos valores agostinianos, temos sentido genuinamente, e mais do que nunca, que “necessitamos uns dos outros para sermos nós mesmos”, como aprendemos com nosso querido filósofo e religioso Santo Agostinho. Assim, vamos juntos e firmes na corresponsabilidade e na solidariedade nos entrelaçando em nossa humanidade, gente formando gente”, finaliza a coordenadora da SIC.

É hora de focar na inteligência emocional na educação dos filhos

Entender que a inteligência emocional na educação dos filhos é fundamental para o desenvolvimento deles é essencial para os pais que querem que suas crianças e jovens cresçam responsáveis, maduros e autônomos.

Vivemos em um período de isolamento, onde principalmente os seus filhos sentirão a falta do envolvimento social. É necessário que tanto os pais como os pequenos saibam lidar melhor com essa situação.

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