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Nascido no ano de 354, na cidade de Tagaste de Numídia, província romana ao norte da África, seu desejo pela verdade e pela sabedoria até hoje inspira um caminho para a realização humana de autêntica educação e de orientação à busca pelo sentido da vida.

Desde pequeno era uma criança alegre, esperta, entusiasta do jogo e amante da amizade. Santo Agostinho foi aluno, professor e educador.

Sua vida e obra iluminaram o surgimento da filosofia agostiniana, que traz a realização e a felicidade do ser humano como diferenciais para seu projeto de educação.

No mês em que celebramos o Dia de Santo Agostinho, convidamos você a conhecer um pouco mais sobre os fundamentos da pedagogia agostiniana sob a luz dos ensinamentos do nosso patrono. Venha com a gente!

Qual é a importância de ensinar valores na escola?

Uma educação integral que contemple a formação plena do estudante não deve se limitar apenas a transmitir o conteúdo acadêmico. É importante também que a escola exerça a função humanizadora da educação voltada para o desenvolvimento do estudante como pessoa e cidadão.

Frei Caio Pereira (OSA), assessor religioso no Colégio Santo Agostinho – Unidade Belo Horizonte, ressalta que um projeto educativo de excelência precisa considerar fortemente os processos pedagógicos voltados para a formação humana dos estudantes, como membros de uma única comunidade.

“Empatia, consciência ecológica, respeito e amor são alguns dos valores que auxiliarão os nossos estudantes e todos aqueles que estão envolvidos no processo pedagógico a transformarem a realidade e construírem uma sociedade mais justa, em todos os aspectos”, completa o frei.

Ensinar x Educar

No projeto educativo agostiniano, “ensinar” e “educar” são dimensões igualmente importantes para a formação do ser humano.

Compreendemos que “ensinar” é a capacitação em conhecimentos, orientada para  o desenvolvimento cognitivo, sempre levando em conta a capacidade da pessoa, enquanto indivíduo. E consideramos o “educar” como a construção dos valores pessoais, na busca da qualidade de vida e excelência para o ser humano enquanto pessoa e cidadão.

Dessa forma, uma escola que se abstém do ensino de valores, focada em passar o conteúdo acadêmico aos estudantes, acaba se caracterizando como uma instituição de formação incompleta, que consegue apenas gerar o acúmulo de informação em seus estudantes que, por sua vez, terão sérias dificuldades em encarar os desafios da vida.

Por outro lado, a escola que une as duas dimensões e promove essa dinamização possibilita que a educação se torne realmente humanizadora, formando seres íntegros e que viverão, verdadeiramente, de forma sábia.

Frei Caio exemplifica essa diferença com o cenário do Colégio Santo Agostinho diante da pandemia da Covid-19. Segundo ele, além de estar se esforçando ao máximo para dar continuidade ao ensino com primazia para os estudantes, com o apoio de plataformas on-line, a escola tem sustentado os seus esforços em ajudar também aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade, inclusive por meio das obras sociais mantidas pela mantenedora do Colégio.

“Nesse momento em questão, nossos estudantes estão se reunindo virtualmente para auxiliar com mensagens e doações direcionadas aos asilos e orfanatos, que são espaços que eles frequentavam presencialmente, para ajudar da forma como podem”, pontua.

O Projeto Pedagógico Agostiniano

A filosofia e os ensinamentos de Santo Agostinho surgiram no século IV e perpetuam até os dias de hoje, tendo como base a sua vivência por todas as instâncias da educação: aluno, professor e educador.

Segundo os registros, desde pequeno, Agostinho era uma pessoa que tinha o desejo pela verdade e sabedoria, e que podemos sintetizar na palavra “inquietude”, muito comum em referências à sua pessoa.

Dessa forma, um dos pilares dos ensinamentos de Santo Agostinho, e que perpetua na sua filosofia, é dar continuidade a esse sentimento de inquietude nos corações dos estudantes, para que eles possam inquietar outros corações em uma dinâmica contínua, na busca pela verdade e sabedoria.

Além disso, a pedagogia agostiniana é sustentada por cinco dimensões de valores pessoais que são desenvolvidos na formação do estudante. São elas:

1 – Dimensão pessoal

Cada indivíduo é único e precisa crescer feliz e realizado. Essa dimensão busca trabalhar não só a interioridade e o autoconhecimento, mas também reconhecer o valor nas pessoas que estão ao seu redor.

2 – Dimensão comunitária

Um dos principais valores que embasa os ensinamentos de Santo Agostinho é a comunhão. Segundo ele próprio, “necessitamos uns dos outros para sermos nós mesmos”. Dessa forma, a lição que essa dimensão nos traz é ensinar o viver em comunidade.

3 – Dimensão crítica transformadora

Para Agostinho, esse é o pilar que trabalha o espírito crítico e construtivo do ser humano. Assim, seu propósito é dar ao estudante a visão de que a existência dele possui um significado e que ele pode auxiliar na transformação da realidade pessoal e comunitária.

4 – Dimensão ecológica cósmica

“Seria o compromisso de respeitar a vida em todas as suas instâncias”, resume Frei Caio. De acordo com ele, os ensinamentos de Santo Agostinho apontam para o apoio à diversidade e a conservação de tudo aquilo que seja ligado à vida e à natureza.

5 – Dimensão da transcendência

Esse valor destaca a busca por dar um sentido para a vida, assim como Santo Agostinho tanto procurou. A pessoa não se satisfaz em si mesma, nem somente nas relações humanas. Nessa busca, também devemos buscar a Deus como o próprio sentido das coisas.

Valores humanos no dia a dia da escola

Somos Agostinianos e o nosso projeto pedagógico baseia-se na filosofia e espiritualidade de Santo Agostinho. É possível perceber nas práticas de ensino que elas ultrapassam a sala de aula e buscam levar aos estudantes ensinamentos e reflexões que os acompanham no exercício da cidadania.

“O grande centro do nosso projeto educativo, e que queremos passar para os estudantes, é que não basta eles frequentarem a escola, realizarem as atividades e cumprirem suas jornadas educacionais. É claro que isso é muito importante e fundamental, mas é preciso fazer isso com um projeto e sentido de vida”, esclarece Frei Caio.

Dessa forma, o Colégio conta com programas de ações sociais, como o voluntariado, o intercâmbio solidário e outras atividades que ajudam a pensar no projeto de vida e que auxiliam o estudante a ampliar sua formação para além da formação acadêmica.

Gente que forma gente

O preceito “gente que forma gente” é um dos lemas que guiam a escola. Embora para muitos a ideia que possa vir à mente é de “forma” ou “padrão”, o verdadeiro significado é que ele se refere a um processo humanístico contínuo.

“Não deixamos de ser humanos para continuar pensando em uma educação que tem impacto na nossa vida humana, especialmente na nossa sociedade, com os problemas da nossa realidade. Ser gente que auxilia as outras pessoas a serem gente, enquanto expressam a sua humanidade no meio social, esse é o objetivo da nossa instituição”, explica o Frei.

Assim, temos na formação humanística o caminho para uma educação na qual o estudante se transforma através da convivência e da colaboração com outras pessoas, “gente que forma gente”, estabelecendo valores que o qualificam para toda a vida.

Santo Agostinho: vida, dom e compromisso de amor

Celebramos no dia 28 de agosto o Dia de Santo Agostinho. Durante o Mês Agostiniano são realizadas, em todas as unidades do Colégio, diversas atividades práticas e de reflexão com a comunidade escolar.

Este ano o lema foi: “O amor é o meu peso”. Um ponto central dos ensinamentos do nosso patrono, que nos convida a medir nossa existência e a nos deixar levar por esse valor.

Em tempos difíceis como o que estamos vivendo atualmente, a instituição tem exercitado  os valores e ensinamentos de Santo Agostinho por meio de ações que buscam levar acolhimento e conforto àqueles mais necessitados, bem como prosseguir no compromisso da jornada educacional dos estudantes.

“Santo Agostinho nos diz que, diante da crise, duas coisas são necessárias: uma boa amizade e saúde. Por isso, buscamos todos os dias, com o apoio da nossa comunidade educativa, nos ajudarmos em busca da superação dos desafios que nos são impostos. Não basta apenas ter um ensino de qualidade, é preciso educar com o coração”, conclui Frei Caio.

Então, este artigo contribuiu para você entender melhor a importância do ensino de valores humanos na escola? Compartilhe com seus amigos e familiares ou deixe seu comentário. Aproveite para assinar a nossa newsletter e receber novidades diretamente em seu e-mail. Até breve! 🙂