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Colégio Santo Agostinho

Educar para transformar

As três cartas

Cartas sempre trazem anúncios, notícias, comunicados ou convites. Mesmo que aquele envelope selado, que aguardávamos ansiosamente chegar, esteja em desuso, […]

08/08/2023 | POR Colégio Santo Agostinho

LEITURA: 2 MIN.
Aleluia Heringer Lisboa

Colaborou com este post:
Aleluia Heringer Lisboa
Diretora de Educação, Relações Institucionais e ASG

Cartas sempre trazem anúncios, notícias, comunicados ou convites. Mesmo que aquele envelope selado, que aguardávamos ansiosamente chegar, esteja em desuso, ainda persiste o seu valor como portador daquilo que precisa ser conhecido, mesmo que por outros meios.

Recebemos três poderosas cartas nos últimos oito anos. Vieram de pessoas e lugares diferentes, são endereçadas a pessoas diversas, além de usarem linguagens distintas. Então, qual a relação entre a Carta Laudato Si, do Papa Francisco (2015), que lança um apelo; a Carta de Larry Fink (2020), CEO da BlackRock (maior gestora de fundos de investimento do planeta), que faz um alerta; e o 6º Relatório Síntese (2023) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que traz um veredicto?

O Papa Francisco lança um apelo urgente a um diálogo que una a todos, sobre a maneira como estamos a construir o futuro do planeta. O desafio ambiental que vivemos e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos nós. Faz um pedido para que tomemos “dolorosa consciência, ousar transformar em sofrimento pessoal aquilo que acontece caponta alguns caminhos subsidiando as nações para que tomem as melhores decisões.

Mesmo de posse de todos os alertas e dados, os ministros do Clima e do Meio Ambiente das maiores economias do mundo, reunidos na Índia no dia 28 de julho de 2023, não conseguiram chegar a um acordo. Vale lembrar que esses países respondem por 80% das emissões dos gases de efeito estufa.

Ao ouvir essa notícia, mesmo não sendo possível desanimar, lembrei-me daquilo que Bruno Latour escreveu: “em vez de falar de esperança, teríamos que explorar um modo bastante sutil de “desesperar”, o que não significa “se desesperar”, e, sim, não confiar apenas na esperança como engrenagem sobre o tempo que passa”. Se as cartas recebidas foram contundentes e inequívocas, as respostas das nações mais poluidoras do planeta, infelizmente, foram e têm sido pífias, assim como as nossas. Discursos, escritos e promessas, insignificantes diante da grandeza do que precisa ser feito, talvez, por isso, ainda permanecem sem selos ou presas na caixa de saída como não enviadas.

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