Aprendendo a aprender
Estudar em casa: meu filho continua aprendendo?
Estudar em casa deixou de ser complementar e passou a ser o básico, em tempos de distanciamento social. Mas será que os alunos estão aprendendo?
14/08/2020 | POR Colégio Santo Agostinho
Colaborou com este post:
RENATA VIDAL
Supervisora Pedagógica do Colégio Santo Agostinho – Unidade Nova Lima.
Estudar em casa sempre foi parte complementar, mas de suma importância no modelo tradicional de ensino. Nesse modelo, os conteúdos e atividades são apresentados aos alunos em sala de aula e a continuidade dos estudos acontece em suas respectivas casas.
Mas, em um cenário que exige compulsoriamente o ensino por meios digitais, professores e estudantes precisam transportar todo o modelo de aprendizagem para esse ambiente e, de casa, interagir na transmissão do conteúdo e no aprofundamento dos temas.
Mesmo com professores cada vez mais adaptados às lives, às atividades em plataformas online e aos fóruns de debate na Internet como algumas das formas de transmitir o conteúdo das aulas, a questão que sobressai aos pais é: “meu filho está realmente aprendendo?”.
Se essa é uma dúvida sua e/ou da sua família, continue lendo este artigo para entender um pouco mais a respeito da relação do estudante ao estudar em casa.
Meu filho continua aprendendo ao estudar em casa?
Sim. Se seu filho continua aprendendo ao estudar em casa. Ele vem participando das atividades indicadas pela escola, ele certamente está aprendendo, mesmo que de maneira diferente.
Além disso, em boa parte, os pais e filhos estão tendo a oportunidade de passar mais tempo próximos. Isso permite que a criança consiga aprender por meio da convivência com seus responsáveis.
É nesse momento também que a inteligência emocional tem feito a grande diferença e vem sendo desenvolvida a cada dia mais.
Segundo Renata Vidal, supervisora do 1º ao 3º ano do Colégio Santo Agostinho – Unidade Nova Lima, este é, reconhecidamente, um período que trouxe muitos questionamentos aos pais, mas, mais do que nunca, a parceria entre escola-pais-estudantes deve ser firmada.
De acordo com Renata, essa aproximação permite que o trabalho seja alinhado de forma a favorecer o aproveitamento do estudante. A família pode pensar em maneiras de ajustar sua rotina a fim contribuir para a realização das atividades e participação do estudante nas aulas ao vivo. Por outro lado, a equipe pedagógica deve oferecer estratégias para que esse estudante retome algum conteúdo trabalhado e tenha maior chance de aproveitamento.
“Também temos reformulado os nossos processos avaliativos. Para isso, estamos propondo fóruns, simulados e atividades diagnósticas em plataformas digitais com o objetivo de verificarmos o nível de aproveitamento dos alunos sob um olhar qualitativo, e não quantitativo.” O acompanhamento da performance do estudante também acontece durante uma live, esclarece a supervisora.
Ainda, de acordo com ela, a avaliação contínua e formativa. Isso permite aos professores monitorarem o nível de aprendizado dos alunos e, assim, entrarem em contato com os pais, auxiliando os responsáveis e o estudante.
Como saber se seu filho está realmente aprendendo?
Lives, exercícios online, aulas gravadas, dicas curtas, conteúdos escritos, podcasts e atividades avaliativas são algumas das metodologias que se tornaram comuns no cotidiano do estudante durante o período de distanciamento social.
Essa pluralidade na hora de repassar os conteúdos, no entanto, não é à toa. São vários os estudos na área de educação que apontam para essa diversidade nos campos da aprendizagem, e cada pessoa possui um modelo preferencial.
Dessa forma, enquanto alguns alunos demonstram habilidade para aprender por meio do contato visual, outros absorvem o conhecimento a partir da linguagem falada, e há aqueles que conseguem compreender melhor por estímulos recebidos por meio do movimento corporal.
“O Colégio Santo Agostinho sempre utilizou variados recursos para trabalhar os conteúdos e habilidades em diferentes campos de aprendizagem, tais como: aulas práticas em laboratórios, rodas de discussão, plataformas digitais interativas, atividades diversificadas em sala de aula. Agora, temos as aulas ao vivo e gravadas, o ambiente virtual de aprendizagem com suas diversas possibilidades, além das postagens de conteúdos. Todos esses recursos favorecem o processo de aprendizagem do aluno. Por isso, a família e o aluno devem tirar proveito de toda essa diversidade”, explica a supervisora Renata Vidal.
Meu filho vai perder o ano?
Um levantamento feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) mostra que 98,6% da população mundial escolar foi afetada pela pandemia da Covid-19. Por conta disso, todas as escolas precisaram se adaptar em diferentes modelos de ensino-aprendizagem.
“Eu sempre digo aos pais que as crianças e os jovens não devem ser impactados ainda mais. Por isso, estamos sendo minuciosos sobre o que ensinar nesse período para não prejudicar a vida estudantil dos nossos alunos”, cita Renata.
Nas unidades do Colégio Santo Agostinho, o compromisso é com todos. Ninguém será deixado para trás e deve ser dado a cada um o direito de aprender conforme sua necessidade. Todos os estudantes têm sido acompanhados e avaliados, os resultados levantados têm retroalimentado os processos de construção dos calendários, os ajustes curriculares e as recuperações paralelas previstas como direitos do estudantes.
É preciso ter tranquilidade para continuar conduzindo o trabalho pedagógico da melhor forma possível, contando com a parceria das famílias. É fundamental manter a confiança de que as turbulências deste ano letivo passarão, trazendo novos aprendizados e uma evolução na jornada de toda a comunidade escolar.
Estudar em casa: Qual o papel da família neste momento?
A família tem sido fundamental para auxiliar os estudantes na aprendizagem e a estudar em casa, principalmente das crianças mais jovens, que requerem um suporte e supervisão dos responsáveis, por ainda estarem em um processo de alfabetização digital.
No entanto, essa parceria não deve ser restrita apenas a esse suporte. É muito importante que haja um diálogo constante entre pais e filhos e entre a família e a escola.
Dessa forma, famílias e educadores podem trocar informações a respeito de observações sobre o estudante, garantindo um ambiente propício à aprendizagem, seja na escola – mesmo que digitalmente – ou na própria casa.
Entretanto, sabemos que a maioria dos pais não tem a formação pedagógica dos professores. Diante disso, o papel dos responsáveis deve continuar sendo o de orientar, ampliar o conhecimento de mundo, estabelecendo relações entre os conhecimentos, e organizar uma rotina de estudos para seus filhos. Nesse sentido, a escola continua sendo responsável por “ensinar”, no entanto, a equipe pedagógica deve estar preparada para avaliar os resultados dos alunos e promover os ajustes necessários ao bom aproveitamento de todos por meio das plataformas digitais.
“É possível perceber que, nas famílias onde essa parceria com a escola é firmada, os estudantes saem ganhando e as dúvidas sobre a aprendizagem dos estudantes é minimizada. Isso porque a escola pode ajudar com diretrizes, por conhecer o aluno e saber das condições de cada família”, esclarece.
Meu filho está aprendendo?
Sabemos que o momento é único. No começo de 2020, nem pais, estudantes e escola imaginavam que uma pandemia apareceria e mudaria de forma tão impactante as nossas vidas, inclusive o modelo de ensino-aprendizagem.
No entanto, os novos métodos de lecionar têm se mostrado bastante úteis e importantes, não só porque o distanciamento social é uma norma, mas porque ressaltou novas opções de aprendizado.
Nesse momento de mudança, o papel da família é fundamental. O ensinar é da escola, mas o orientar e ampliar o conhecimento de mundo é papel dos responsáveis. Por isso, deve existir uma parceria entre todos os envolvidos.
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